A Tradição do Ceará: Secando a Goma com Erivando Marques e Vó Dalva
No coração do Ceará, onde a tradição se mistura com o dia a dia, encontramos Erivando Marques e sua vó Dalva, figuras centrais em um processo tão antigo quanto a própria região: a secagem da goma, também conhecida como polvilho em outras partes do Brasil. Hoje, acompanhamos de perto essa prática que resiste ao tempo.
A Secagem da Goma
Aqui, no forno de farinha, que também serve para secar a goma, a atividade começa cedo. Erivando nos mostra o processo: “Olha só, gente, aqui a gente seca no forno. É o mesmo que usamos para a farinha, mas com a goma, é diferente. Tem que usar o rodo e depois peneirar.”
A goma é espalhada sobre o forno, e com uma varinha, Erivando e vó Dalva garantem que ela não grude, um truque passado de geração em geração. “É rapidinho, já tem um pouquinho secando. O ponto é no olhômetro, quando a goma não estraga mais, pode guardar de um ano para o outro,” explica Erivando, enquanto vó Dalva passa a vara com destreza.
A Cultura e o Costume
Cada região tem seu costume, e no Ceará, o costume é este: secar a goma no forno de barro. “É nossa tradição, mantemos assim,” diz vó Dalva, enquanto peneira a goma para remover os grumos, deixando-a pronta para o forno.
A temperatura do forno é crucial; não pode ser muito quente nem muito frio. “É questão de experiência,” comenta Erivando, destacando a importância da prática diária para dominar essa arte.
O Trabalho e a Saudade
Enquanto finalizam a última leva da goma, Erivando reflete: “Quem já trabalhou com farinhada sabe, sente saudade desse tempo. Aqui, ainda mantemos a tradição.” O trabalho é árduo e contínuo, “Aqui não falta serviço, ninguém pode ficar de cara para cima,” brinca ele, enquanto eles ensacam a goma.
Finalizando o Dia
Já são quase 10 horas da noite quando terminam. “Olha só, pessoal, terminamos de encher a última quarta,” diz Erivando, mostrando um recipiente de 20 litros. A goma quente não pode ser ensacada imediatamente; precisa esfriar para não mofar. “Deixa a boca do saco aberta para esfriar, depois fecha,” instrui vó Dalva.
Com o trabalho concluído, Erivando agradece a todos pelo apoio: “Muito obrigado pelo carinho, um abraço e até o próximo vídeo da roça.”
E assim, no Ceará, a tradição da secagem da goma continua viva, passando de geração em geração, contada e mostrada por Erivando Marques e vó Dalva, mantendo viva a chama da cultura local.